terça-feira, 30 de novembro de 2010

JN - Destaque no Jornal de Notícias - 1 de Novembro de 2010

JN - Destaque no Jornal de Notícias -26 de Outubrode 2010

Texto de ISABEL DE SÁ - BOMBART Nº11 - DESTAQUE -Novembro - Dezembro 2010

GRAÇA MARTINS BROKEN HEARTS BLOODY HEARTS ISABEL DE SÁ A IMAGEM COISA PRIMORDIAL
Entre o rigor e a transformação. Trabalhos recentes de pintura acrílica sobre tela, imagens e objectos manipulados, integrando múltiplos significados e mensagens plurais.
As obras apresentadas(destas duas artistas) que iniciaram a sua actividade plástica, expondo em conjunto, em 1977, na Galeria Alvarez (Porto) e na Galeria Opinião, (Lisboa), têm em comum um vasto painel de valores e atitudes. No entanto, na sua individuação, cada artista representa essa substância de modo plástico completamente diferente, sem qualquer hipótese de contaminação.
A obra de Graça Martins é perfeccionista, rigorosa até ao limite, exalta a beleza, a sensualidade e a paixão tal como o drama - mas sempre com elegância e requinte. Há uma poética pairando sobre osrostos, o corpo e todos os elementos usados no seu vocabulário pessoal.
A obra de Isabel de Sá vive de antagonismos. O sagrado e o profano têm o mesmo poder. Nada é excluído. Na pintura, na colagem, nos objectos tudo é integrado, há sempre solução. A transformação é realmente a sua vertente primordial seja para celebrar a vida ou a morte.

Destaque na BOMBART 11

sábado, 20 de novembro de 2010

JL de 17 de Novembro de 2010

AUTOBIOGRAFIA
IMAGINÁRIA valter hugo mãe

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Palavras sábias de valter hugo mãe no JL de 17 de Novembro de 2010 a propósito da exposição BROKEN HEARTS BLOODY HEARTS de GRAÇA MARTINS

Matar
(...) Ao mesmo tempo, a Galeria João Pedro Rodrigues expõe Broken hearts bloody hearts, da Graça Martins. Já é habitual a ligação destas duas artistas que, com estéticas tão distintas, encontram pontos de contacto valiosos. O conjunto de telas de Graça Martins é todo ele acerca de uma masculinidade difícil, uma delicadeza inusitada no corpo masculino que se pode embelezar, talvez escandalosamente, para além do padrão vigente. Problematiza o lugar do homem, o lugar do amor, encontrando na delicadeza extrema uma poeticidade emocionante. Os quadros da Graça Martins sugerem-nos, por vezes, a ilusão da efemeridade por serem tão assentes no desenho e na sua filigrana por aludirem à fragilidade, à vulnerabilidade, à necessidade de cuidar ou de amar alguém. Expõe duas séries, uma com alguns anos, em que protagoniza um menino muito novo, e outra mais recente, em que protagoniza um jovem. De comum, mantém o lado floral e vulnerável, de distinto, o dramatismo acentuando-se no jovem, que pode mesmo ser visto, na tela My killer my lover, assassinado e ensanguentado Se o amor é o grande predador, ou se somos nós próprios o nosso grande predador por enfraquecermos às mãos de alguém, será tópico que a Graça Martins explora, magoando pela junção muito impressiva da tragédia do belo. A beleza encantatória das suas imagens é ferida pela eminência da lâmina, pelo borrão do sangue, pela cal da pele no corpo já desabitado. O que mais me fascina no excelente trabalho da Graça Martins é o modo como nos deslumbra com aquilo que, afinal, é assustador. Assusta-nos mais ainda por ser hábil a fazê-lo com o isco da beleza, como se não fôssemos capazes de deixar de nos apaixonarmos, pelas suas figuras, pela cor, pela precisão obstinada do traço do pincel. Ainda me perseguem os pijamas que a Graça Martins desenhou, faz tanto tempo. Ainda me persegue a exactidão das linhas no curvo dos corpos e o quanto parecem criar um conforto ao olhar. São pijamas de listas pretas, um pouco como se fossem de prisioneiros mais delicados, apaixonados, talvez para falar da prisão boa que é o amor. É muito a partir destes desenhos que meço a mestria da Graça Martins. Uma artista cujos quadros se constroem por uma atenção ao universo gráfico onde a pintura sabe rentabilizar, de modo exímio, o trilho do desenho. É o rigor. Deve ser isso que quero dizer, o rigor que torna inesquecível a visão dos pijamas desenhados da artista, e que torna irresistível a esmagadora maioria do seu trabalho. Também mata. De maravilha, claro.

VERNISSAGE DA EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE GRAÇA MARTINS E ISABEL DE SÁ -PORTO

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Frente e verso do CONVITE/CATÁLOGO para a EXPOSIÇÃO de GRAÇA MARTINS - BROKEN HEARTS BLOODY HEARTS - GALERIA JOÃO PEDRO RODRIGUES - 29 Out - 8 Dez

Texto de JOÃO BORGES para o Catálogo da exposição BROKEN HEARTS BLOODY HEARTS de GRAÇA MARTINS

Os retratos falam sempre a verdade, as pessoas reais não.

Agustina Bessa-Luís

Estamos perante um universo de desencontros, nos vários sentidos que esta palavra pode ter. Desencontros com as convenções sociais, o desencontro com o consciente que representa o sono, o desencontro entre pessoas e o desencontro próprio, da vida quando interceptada pela morte, em verdadeiras situações limite. E o que une estes desencontros, senão aquilo que temos dentro de nós: afectos, sentimentos, ideias, defesas? É este um dos pontos mais interessantes da pintura de Graça Martins: numa pose quase psicanalítica, ela mostra-nos como o que está dentro de nós pode salvar-nos ou destruir-nos, e não há nada mais violento. Refira-se o objecto Sweet Dreams Are Made Of This, uma travesseira que encerra, mais do que os pesadelos, toda a canga inconsciente que o indivíduo carrega. Os elementos simbólicos desta pintura são, por isso, formas de tornar visível, aquilo que não tem rosto, fazem a ponte entre o que é visto e quem vê, pois, como bem apontou Luísa Dacosta, o mundo existe porque tu lhe emprestaste o teu rosto (1). Graça Martins é, então, uma pintora que se recusa a conceptualismos, a grandes e intrincadas teorias. Escolhe algo de mais profundo e profundamente difícil: dá um rosto ao que não o tem, reconhecendo a essas entidades invisíveis a sua verdadeira força. Por isso encontramos, nesta série, como em todas as do percurso desta pintora as flores, escolhidas de acordo com o pendor ora romântico ora erótico, mas sempre dramático; os pássaros, símbolos por excelência da liberdade e da transformação; as palavras que nos abrem segundos sentidos para as imagens; os corações, numa forma associada ao catolicismo, remetendo para o significado original da paixão: o do sofrimento; o arame farpado que aponta para o carrasco dentro de nós. E interessa referir tudo isto para reforçar que em Graça Martins não encontramos um virtuosismo que se esgota em si mesmo, antes nos fornece elementos para uma compreensão profunda de imagens que são, por si só, extremamente complexas. Ainda sobre os elementos desta pintura interessa falar do retrato: ele foi sempre essencial na pintura de Graça Martins, mas note-se que não somos incitados a olhar estas telas como retratos e nem os seus títulos nos dão essa indicação. Isto porque esta pintura não procura evidenciar um nome ou a imagem de determinada pessoa, mas sim encontrar algo de mais profundo, de mais verdadeiro. É essa a grande pesquisa de Graça Martins: a da verdade das pessoas, o avesso dos seus gestos e dos seus sorrisos, desmontando os detalhes, a pintora chega ao lugar onde a máscara, seja ela hipocrisia ou defesa, não existe. Por isso, estas imagens resultam numa revelação da verdade íntima de cada um, e só o atingir dessa verdade justifica que estas pinturas nos confrontem com indivíduos em situações de uma fragilidade desarmada. Parece-me ser esta a razão por que a pintura de Graça Martins tem essa relação tão estreita com os sentimentos no seu estado mais natural. Não há aqui uma procura da beleza de sentimentos, de um final feliz: com o próprio título da exposição, Graça Martins reconhece que, como dizia certa cantora, Hearts that don’t love can’t be broken (2). E assim nos confrontamos com dois momentos essenciais: o acto de amar profundamente, e o acto de perder, aproximando-se assim Eros de Thanatos, os dois pontos essenciais da psicanálise, e de toda a grande poesia. Eis por que me sinto tentado em, por vezes, sobre Graça Martins, me parecer mais adequado falar de poesia do que propriamente de pintura.
João Borges
(1) Luísa Dacosta, Corpo Recusado, 1985
(2) Delta Goodrem, Bare Hands, 2007

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SWEET DREAMS ARE MADE OF THIS - Memória descritiva

Para que haja amor, é preciso que o amante faça germinar possibilidades lactentes ou oprimidas do nosso ser.
Para dar lugar ao novo, o sujeito tem antes de destruir activamente tudo o que existe. E o que foi criado pelo amor só pode ser destruído por uma paixão igualmente violenta, o ódio. O ódio como libertação, o ódio como destruição, o ódio que separa, quebra e aniquila. Vingar-se significa remeter para o futuro um acto de destruição que devíamos ter realizado logo, mas que não pudemos fazer. A vingança mantém vivo o passado, mas mantém-no vivo sob a forma de dever de destruição. A VINGANÇA DÁ UM GRANDE PRAZER, PORQUE NOS PERMITE IMAGINAR FAZER MAL AO OUTRO INÚMERAS VEZES. (…) Francesco Alberoni
As palavras de Alberoni dão corpo à realização do meu trabalho intitulado SWEET DREAMS ARE MADE OF THIS…
Numa almofada igual a dezenas de almofadas, encontra-se o momento do pensamento invasivo, que habita a insónia. Os momentos doces que se revelaram em traição, rejeição e dão lugar à angústia. A incompreensão das palavras, das cartas. Os lamentos. O desejo de reparação, de vingança. O coração ferido ou ambos os corações feridos. A crueldade das palavras. Os corações estão presos, atados ainda a pensamentos que os atingiram como facas. As rosas oferecidas transportam um veneno mortífero. O veneno da ilusão, do equívoco. A ilusão do amor, da paixão…

SWEET DREAMS ARE MADE OF THIS...

Este trabalho plástico, na forma tridimensional de uma almofada, foi realizado para acompanhar o espectáculo CEM LAMENTOS, do colectivo TENDA DE SAIAS, em 2010, com residência - na Fábrica Social /Fundação Escultor José Rodrigues - Porto

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Painel nº1

Este conjunto de 6 paineis foi criado para a exposição 25 ANOS DE PINTURA de GRAÇA MARTINS e ISABEL DE SÁ na GALERIA ALVAREZ - PORTO, 2002 - Notícias, recensões críticas do trabalho plástico e literário das autoras, ao longo da carreira de ambas.

Painel nº2

PAINEL Nº3

Painel nº4

Painel nº5

Painel nº6